Gladiadores de votos


Cidades | Em 12/04/14 às 12h30, atualizado em 12/04/14 às 12h31 | Por Roberto Cavalcanti
 
 
 
Marketeiros ciosos das deficiências de seus “produtos” também optavam pelo risco da omissão por temer performances medíocres
Ao longo dos últimos 40 anos tenho tido oportunidades de assistir e participar (ainda que de forma indireta) dos processos eleitorais paraibanos.

Em diversos capítulos desse enredo, testemunhei omissões estratégicas dos protagonistas do jogo político nas arenas montadas pelos veículos de comunicação para o confronto de ideias que antecedem o momento do voto.

Ausências criteriosamente avaliadas por estafes de marketing, que se debatiam entre vantagens e desvantagens da participação de seus clientes em eventos que expõem virtudes – mas também revelam fragilidades - dos candidatos.

Não raro, os bem avaliados nas pesquisas de opinião, por exemplo, eram orientados a fugir do combate. Se já tinham ganho os eleitores, por que arriscar perdê-los se colocando como vidraça?

Mais que isso: em confrontos polarizados por apenas dois candidatos com chances reais de vitória, a ausência de um dos protagonistas redundava sempre no enfraquecimento do debate e, por tabela, da audiência. Além, claro, do candidato ausente.

Marketeiros ciosos das deficiências de seus “produtos” também optavam pelo risco da omissão por temer performances medíocres.

Acredito, porém, que este é um dilema que os marketeiros dos comitês eleitorais não enfrentarão na campanha de 2014 na Paraíba.

Faltando quatro ou cinco meses para o encontro midiático, posso antecipar sem medo de errar: nenhum dos postulantes ao Governo do Estado deixará de participar dos debates eleitorais.

Pois teremos este ano, se a memória não me trai, um fenômeno inédito em eleições paraibanas.

Ou seja: três candidatos notoriamente fortes, ávidos pelos espaços equânimes que os debates propiciam.

Diferente, diga-se de passagem, do que o ocorre com o fatiamento (nem sempre justo) das frações de segundos que o guia de propaganda eleitoral disponibiliza para as composições partidárias.

Estaremos, também pela primeira vez, assistindo três grandes debatedores – talentosos e afiados, com capacidade testada e aprovada na arte da retórica. Verdadeiros gladiadores em um confronto que valerá nosso voto.

E nenhum deles, acredito, entrara nesta arena com convicção plena de que poderá constranger ou fulminar seus oponentes.

Quem ganha com esse ineditismo somos nós, que já aguardamos – ansiosos – por este espetáculo da democracia.

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