O Blog do Josias, assinado pelo jornalista Josias de Souza, revelou na tarde de hoje que o líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (RJ), acusou o paraibano de ser corrupto, mas que
o ministro conseguiu se livrar de depor no Legislativa, após deixar o
executivo, já que a convocação é para o depoimento do ministro e não é
pessoal a Ribeiro.
Leia:
A
troca de comando no Ministério das Cidades deve livrar Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB) da obrigatoriedade de depor perante a Comissão de
Fiscalização e Controle da Câmara. A convocação foi aprovada na
quarta-feira (12). Porém, o requerimento não convocou especificamente
Ribeiro, mas o "ministro das Cidades". Que, a partir de segunda-feira,
será outro: Gilberto Occhi.
Comandante do motim parlamentar que
resultou no 'convite' ou 'convocação' de dez ministros em diferentes
comissões da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB,
caprichou nos ataques a Aguinaldo Ribeiro. Numa sessão com cara de strip-tease do bloco governista, acusou-o de "corrupção". Assim mesmo, sem meias-palavras.
Aguinaldo
Ribeiro também é deputado federal. Licenciara-se do mandato em
fevereiro de 2011, para assumir o ministério. Ao deixar a Esplanada,
retornará à Câmara. Ironicamente, passará a roçar cotovelos com o
detractor Eduardo Cunha no plenário e nos corredores da Casa.
Chama-se
Carlos Brandão (PMDB-MA) o deputado que apresentou o requerimento de
convocação do "ministro das Cidades". Queria explicações sobre três
assuntos: o atraso nas obras de mobilidade urbana, a resolução do Conselho Nacional
de Trânsito (Contran) que obriga as autoescolas a utilizarem
simuladores de direção, e supostos desvios na destinação de verbas de
emendas orçamentárias.
Durante a sessão de quarta-feira, Carlos
Brandão disse que considerava "mais grave" o problema das emendas. "Há
uma grave denúncia de que o ministro distribuiu uma quantidade enorme de
recursos extra-orçamentários para sua terra, a Paraíba. Foram mais de
R$ 60 milhões", declarou.
Segundo Brandão, recursos liberados pela
Casa Civil da Presidência para deputados de outros Estados "foram
desviados para a Paraíba", o Estado de Ribeiro. Mais: "Existe a suspeita
de uma triangulação ministerial. Ministro trocando emendas com outros
ministros, para não dar na cara. Um joga pro Estado do outro, outro joga
pra cá. E fica essa confusão... Uma farra de emendas".
Líder do
partido de Aguinaldo Ribeiro, o PP, o deputado Eduardo da Fonte (PE)
tentou converter a convocação do correligionário em "convite". Eduardo
Cunha se opôs à proposta. No calor do embate, o líder do PMDB bateu
abaixo da linha da cintura:
"Não apoiei a convocação do ministro
das Cidades porque ele pegou dinheiro [das emendas] e colocou na
Paraíba, não. É porque a resolução do Contran é um escândalo. Esse
simulador é uma corrupção que deve estar por trás disso aqui, com uma
única empresa."
A resolução mencionada por Eduardo Cunha foi
baixada pelo Contran, órgão do Ministério das Cidades, para obrigar as
autoescolas de todo país a ministrar a todos os aprendizes de motorista
pelo menos cinco aulas de meia hora em simuladores de trânsito. Deveria
ter entrado em vigor em janeiro passado. Foi adiada para 30 de junho.
Resta
agora saber como Aguinaldo Ribeiro, vai conviver com colegas como
Carlos Brandão, Eduardo Cunha e todos os que aprovaram o requerimento
para que ele se explicasse sobre suspeitas tão graves quanto a
apropriação eleitoreira de emendas orçamentárias e corrupção na
implantação da rede de simuladores nas autoescolas.
A Comissão de Fiscalização e Controle discutirá,
na próxima semana, o que fazer. Pela lógica, o próprio Ribeiro deveria
dar de ombros para a ausência do seu nome no relatório de convocação e
comparecer espontaneamente à Comissão de Fiscalização e Controle. Mesmo
na condição de ex-ministro.
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