Na política, tem coisas que se escolhe. Outras as circunstâncias
impõem. E pelo ponto que chegou à candidatura do senador Veneziano Vital (MDB)
ao governo da Paraíba rompeu aquela linha da opção e avançou para o farol da
obrigação política. Ou sobrevivência.
Sem a garantia
como queria da indicação da vice, em franco processo de distanciamento do
governador João Azevêdo (Cidadania) e, paralelamente, sentindo o cheiro dos
adversários históricos de Campina Grande atracando no Palácio da Redenção,
Veneziano lançou o barco ao mar.
Encontrou abrigo
no lado do PT orientado pelo ex-governador Ricardo Coutinho. Praticamente
rompido com o Palácio e bafejado por setores do petismo, a candidatura de
Veneziano virou um porto da necessidade dele e da ala da esquerda que quer
afogar João Azevêdo (Cidadania) para assumir a superfície deste campo.
Entre
queixas, vinditas e projetos de poder, formou-se a tempestade propícia para a
postulação do emedebista. Ao ponto de o mapa da candidatura já não ser mais
objeto de apreciação e análise, mas de desejos. No plural mesmo. Então, nada
mais impede Veneziano de deixar a praia do seu companheiro de chapa em 2018.
Partido, tem. Fundo eleitoral e tempo de propaganda, também. Perspectiva de
formar chapa, idem.
Falta-lhe,
ainda, marcar na sua bússola uma razão de interesse público, anotar uma
justificação cabal de divergência do modelo da gestão da qual integra até
agora, com vários tripulantes no barco, e um projeto administrativo para o
estado, motivações coletivas que transponham as cabines dos acordos e dialoguem
com as pessoas na margem. Um por quê e um para quê, crucial ponto de partida
meio perdido na navegação de pretensos eleitos, mas ainda teimosamente esperado
pelo eleitor.
Pelo tanto que
avançou nas águas da oposição e de 2022, Veneziano é um homem condenado a
jogar-se aos mares e à sorte da disputa no horizonte. Para sair dela seja lá do
tamanho que for. O que só a maresia das urnas tem poder de responder no final
da viagem. Ao contrário de um recuo, que o apequenaria já agora, no embarque.
Fonte: Mais PB
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