Escola levou o troféu com homenagem a
Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares, e sua luta pelos direitos de negros e
mulheres.
A
Mancha Verde é a grande campeã do carnaval 2019 de São Paulo. É o primeiro
título da escola. Vai-Vai e Acadêmicos do Tucuruvi
foram rebaixadas.
O G1 acompanhou ao vivo a
apuração das notas, que aconteceu na tarde desta terça-feira (4), diretamente
do Sambódromo do Anhembi. Veja aqui.
A escola levou o
troféu com desfile sobre a princesa africana Aqualtune, avó de Zumbi dos Palmares,
e discutiu escravidão, direitos de negros e mulheres e intolerância religiosa
na avenida.
"Eu
tenho muito orgulho de fazer parte da Mancha. Atribuição [da vitória] é para
todos nós. E graças a Deus o presidente [Paulo Serdan] teve cabeça fria e
trouxe o Jorge Freitas [carnavalesco da escola]. Parabéns, Jorge!",
comemorou o vice-presidente da escola, Rogério Carneiro.
Em seu primeiro ano na Mancha Verde, após títulos na Gaviões da Fiel, na Rosas
de Ouro e na Império de Casa Verde, o carnavalesco Jorge Freitas trabalhou com
a ideia de enredo dada pelo presidente da escola, Paulo Serdan.
A rainha de bateria Viviane Araújo festejou a vitória da escola. "Ganhamos! Eu queria estar lá com todo mundo, estou
muito feliz. Foi lindo, a gente fez um trabalho lindo a escola se preparou para
isso o ano todo, o Paulo investiu muito nesse carnaval e é merecido, a Mancha
mereceu. Eu queria abraçar todo mundo, festejar com todo mundo, com a Puro
Balanço, minha bateria... Estou muito feliz e sexta-feira vamos fazer mais uma
festa no Anhembi", disse ela ao G1.
Vitória no último quesito
A
Acadêmicos do Tatuapé, que ganhou os dois últimos carnavais de São Paulo,
liderou a disputa nos oito primeiros quesitos. No nono, o de alegoria, porém, a
escola perdeu pontos e foi ultrapassada pela Mancha, que levou o troféu. A
Tatuapé acabou em sétimo lugar.
Trajetória no carnaval de SP
Em
2018, a Mancha ficou na terceira colocação,
atrás da campeã Acadêmicos do Tatuapé e da vice Mocidade Alegre, apenas por
causa dos critérios de desempate. A escola retornou ao Grupo Especial em 2017,
quando ficou em terceiro lugar.
Destaques do desfile
· Viviane Araújo completou seu 13º ano
como rainha da bateria, vestida como uma princesa africana
·
Uma ala tinha passistas com mãos
acorrentadas e barrigas de grávidas, representando escravas reprodutoras. Outra
tinha um mar vermelho de sangue dos escravos
·
O último carro mostrava o
quilombo dos Palmares, com direito a um busto de Zumbi, neto de Aqualtune
A agremiação, que
foi criada a partir da torcida organizada do Palmeiras, botou seus 3.000
componentes para retratar abusos sofridos pelos negros africanos trazidos para
o Brasil e obrigados a abandonar suas religiões.
O gigantesco carro
abre-alas retratava as riquezas do Congo e de Oxalá, um dos orixás das
religiões africanas. No recuo, a bateria vestida como guerreiros africanos
inaugurou plataformas para elevarem os diretores, que regem os ritmistas.
Nos carros, atores
encenavam momentos de tortura e punições aos quais os escravos eram submetidos
no Brasil. No último deles, um enorme busto de ferro, que será doado ao Museu
Afro Brasil, representava Zumbi dos Palmares.
Fonte: G1
00:00/03:05
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