06/12/2016 às 10h24 • atualizado em 06/12/2016 às 10h25
O
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recorreu nesta
terça-feira (6) da decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)
Marco Aurélio Mello que o afastou da presidência do Senado no final da
segunda-feira.
O recurso ao STF foi apresentado por meio da advocacia do Senado.
Segundo
o recurso, a decisão do ministro Marco Aurélio violou os princípios do
“devido processo legal e da separação de poderes”. A defesa de Renan ao
STF argumenta que , para afastá-lo com base no argumento de que réus no
Supremo não poderiam ocupar a linha de substituição do presidente da
República, também deveria ser exigido que o processo penal contra o
presidente do Senado passasse por autorização de ao menos 2/3 dos
deputados, como ocorreria com o presidente da República.
Segundo o
documento, a decisão do STF violaria “os pontos cardeais do Estado de
Direito: 1) o princípio da legalidade; 2) o princípio do devido processo
legal; 3) o princípio da Separação dos Poderes; 4) o princípio da
inafastabilidade da jurisdição”.
O
texto ainda acrescenta: “caso se admita essa excrecência, o raciocínio
lógico e ao princípio de justiça vão obrigar que se aplique a analogia
por inteiro. Na espécie, só se poderia admitir denúncia contra quem
estiver na linha sucessória do Presidente da República mediante prévia
autorização de dois terços dos membros da Câmara dos Deputados”.
Seu
afastamento ainda poderia provocar “prejuízo” ao “equilíbrio
institucional”, segundo o texto do recurso, e ameaçar a votação de
projetos importantes, como a PEC do Teto de Gastos, que congela os
gastos do governo pelos próximos 20 anos.
Afastamento
A
decisão do ministro Marco Aurélio atendeu a ação movida pelo partido
Rede Sustentabilidade. O argumento foi o de que Renan não poderia
permanecer na linha de substituição do presidente da República sendo réu
em processo criminal.
“Defiro a liminar pleiteada. Faço-o para
afastar não do exercício do mandato de senador, outorgado pelo povo
alagoano, mas do cargo de presidente do Senado o senador Renan
Calheiros. Com a urgência que o caso requer, deem cumprimento, por
mandado, sob as penas da lei, a esta decisão. Publiquem”, escreveu o
ministro em sua decisão.
Na semana passada, o STF decidiu abrir processo e transformar Renan em réu pelo crime de peculato (desvio de dinheiro público).
Uol
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