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CPMI da Petrobras alvo de denúncia de propina, Vitalzinho pediu varredura de grampos

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo Filho, pediu varredura de grampos ao presidente do Senado, Renan Calheiros, na época em que exercia o cargo de senador. O fato foi revelado nesta segunda-feira (25) pelo presidente da Casa, em meio a protesto contra uma operação policial que resultou na prisão de integrantes da segurança do Legislativo. O curioso no dado é que o período relacionado é justamente o que o então senador presidia a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras e é acusado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de ter cobrado propina de empreiteiras para não envolvê-las nos escândalos.

As denúncias contra Vitalzinho foram formuladas em três delações. O primeiro a delatar o paraibano foi o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS), preso no ano passado sob acusação de tentar obstruir a Justiça. O ex-petista foi flagrado oferecendo vantagens financeiras à família do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para que ele fechasse o bico. O segundo a delatar o hoje ministro do TCU foi o ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Ele falou na cobrança de R$ 30 milhões por Vitalzinho e o ex-senador Gim Argello para evitar a convocação das empreiteiras. Já Léo Pinheiro, da OAS, o terceiro a delatar, não apenas denunciou. Ele também apresentou as notas de pagamento de supostos pagamentos, que teriam sido feitos através de uma construtora paraibana.
Os trabalhos da CPMI, presididos pelo então Vital do Rêgo, começaram no dia 3 de junho de 2014. No dia 11 do mês seguinte, segundo Renan Calheiros, o atual ministro do TCU enviou ofício ao presidente do Senado pedindo uma varredura na sua sala, no Senado, para fugir de eventuais grampos da Polícia Federal. Sem foro privilegiado, já que não conseguiu renovar o mandato, Gim Argello já foi preso por determinação do juiz Sérgio Moro. O período é justamente também quando o ex-senador Vital do Rêgo se preparava para a disputa do governo da Paraíba, quado foi derrotado e ficou em terceiro lugar.
O relatório final da CPI mista foi apresentado no dia 10 de dezembro de 2014 e teve quase mil páginas, mas nenhum pedido de indiciamento. O relator, deputado Marco Maia (PT), também acusado de pedir propina a empreiteiras, apenas recomendou o aprofundamento das investigações. O parecer aponta superfaturamento de US$ 4,2 bilhões nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. O prêmio de Vital do Rêgo foi a indicação para ministro do TCU.

Confira a lista dos parlamentares que pediram varredura:
– Aloysio Nunes (PSDB-SP)
– Álvaro Dias (PV-PR)
– Ciro Nogueira (PP-PI)
– Eunício Oliveira (PMDB-CE)
– Fernando Collor (PTC-AL)
– Gleisi Hoffmann (PT-PR)
– Ivo Cassol (PP-RO)
– Magno Malta (PR-ES)
– Omar Aziz (PSD-AM)
– Raimundo Lira (PMDB-PB)
– Renan Calheiros (PMDB-AL)
– Simone Tebet (PMDB-MS)
– Tasso Jereissati (PSDB-CE)
– Vicentinho Alves (PR-TO)
– Waldemir Moka (PMDB-MS)

Também solicitaram varreduras dois ex-senadores:
– Lobão Filho (PMDB-MA)
– Vital do Rêgo (PMDB-PB) em 11 de julho de 2014


Fonte: Jornal da Paraíba

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