Parlamentar paraibano admitiu a fraude e ainda disse que "faria de novo"
6 de dezembro de 2019 às 16:58
O Antagonista descobriu que a assinatura falsa em nome do senador Jorginho Mello no ofício do Fundão Eleitoral foi obra do deputado Wellington Roberto, líder do PL (ex-PR) na Câmara.
Roberto também assinou em nome do presidente da legenda, José Tadeu Candelária.
Questionado, o líder do PL na Câmara admitiu a fraude. Disse que assinou “como representante” do partido, mas que não tem “nenhuma procuração”.
“Assinei como representante do meu partido numa reunião em que estavam ausentes o presidente e o líder (no Senado). Encerrada a reunião, perguntaram se eu podia assinar. Assinei e assinaria de novo, se preciso. Eu resolvi fazer e acabou.”
Como O Antagonista publicou mais cedo, o senador Jorginho Mello sempre foi contra o uso do Fundão Eleitoral e ficou surpreso ao ver seu nome no ofício de presidentes e líderes partidários enviado ao relator do Orçamento, deputado Domingos Neto.
O senador avalia tomar medidas judiciais em razão do dano à sua imagem. Wellington Roberto acha que não cometeu crime algum.
O crime de “falsidade ideológica” se encontra tipificado no art. 299 do Código Penal, que assim determina: “omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante”.
“Não sabia que ele era contra. Acho que não fiz nada demais. Se ele acha que eu fiz, é problema dele. Não estou me afastando hora nenhuma da responsabilidade de ter assinado.”
O documento fraudado foi usado por Domingos Neto para justificar a ampliação do Fundão Eleitoral de R$ 2 bilhões para R$ 3,8 bilhões. As informações são do O Antagonista.
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