Dilma e Lula tentam virar votos de PSB e PMDB para barrar impeachment


Na tentativa de barrar o impeachment na fase final, a presidente Dilma Rousseff e o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, iniciaram nesta semana ofensiva para tentar conseguir apoios no PSB e no PMDB, considerados partidos com posturas mais moderadas no Senado.

Com pouca esperança de conseguir evitar o afastamento da petista por um prazo de até 180 dias, uma vez que é preciso o apoio de metade mais um dos senadores em plenário, o Palácio do Planalto tem se concentrado no julgamento final.

Para aprovar o afastamento em definitivo, são necessários os votos de 54 dos 81 senadores. Para negá-lo, de 28. A equipe da presidente calcula contar de partida com o apoio de 20 senadores, faltando, portanto, o apoio de pelo menos mais oito.

Nesse esforço, o foco tem sido tentar virar votos de senadores pessebistas e peemedebistas indecisos ou que já declararam apoio ao impeachment da petista.

Na bancada de sete senadores do PSB, dois são contra o afastamento da presidente e cinco já se declararam a favor: Roberto Rocha (MA), Lúcia Vânia (GO), Antonio Carlos Valadares (SE), Romário (RJ) e Fernando Bezerra Coelho (PE).

As conversas com Rocha, Valadares e Romário estão sendo conduzidas pela bancada petista, que tem contado com a ajuda do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).

Na ofensiva, Lula também entrou em contato com Bezerra, que foi ministro da Integração Nacional no primeiro mandato de Dilma. O senador, no entanto, tem demonstrado resistência.

Na terça-feira (19), Dilma cancelou encontro que teria com ministros e senadores petistas para receber nesta quarta-feira (20) o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, do PSB. A expectativa é que, por ser próximo ao governo, ele ajude a virar os votos do partido de senadores nordestinos.

No PMDB, a presidente pediu aos ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia), ambos do PMDB, que se licenciem do cargo e retomem seu mandatos como senadores. Braga deve pedir licença ainda nesta quarta-feira (20).

Além deles, a expectativa é conseguir pelo menos mais quatro votos no partido de parlamentares que se classificam como indecisos.

Nesse sentido, Abreu e Braga intensificaram nos últimos dias conversas com a bancada peemedebista. 


RENAN
 

Em encontro com a presidente, na segunda-feira (18), o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se comprometeu a não acelerar o processo de impeachment e a seguir rito similar ao adotado contra o ex-presidente Fernando Collor em 1992, assegurando direito de defesa à petista em todas as etapas do processo.

Na conversa, segundo assessores e auxiliares presidenciais, Dilma reclamou da condução feita pelo presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do processo na Câmara dos Deputados.
Segundo ela, ele limitou o direito de defesa do governo federal, o que deve ser inclusive questionado na Suprema Corte. Dilma informou ao peemedebista que pretende fazer pessoalmente sua defesa no Senado.

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