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A operação Vícios, da Polícia Federal, deflagrada na manhã
desta quarta-feira, 1º, apreendeu cerca de R$ 10 milhões em imóveis e em
torno de R$ 70 mil em espécie. Os detalhes foram passados pelos
delegados federais responsáveis pelo caso, no Rio. Por enquanto, nenhuma
prisão foi pedida. "Há indícios fortes, mas não foi solicitada nenhuma
prisão", afirmou o delegado federal Tácio Muzzi.
A operação Vícios cumpre 23 mandados de busca e apreensão: 17 no Rio,
cinco em Brasília e um em São Paulo. Os suspeitos são servidores da
Casa da Moeda, cuja fábrica fica no Rio, e da Receita Federal.
Em Brasília, foram confiscados oito imóveis, avaliados em R$ 10
milhões. Os R$ 70 mil em espécie, em reais e outras moedas, foram
apreendidos na casa de um servidor público no Rio.
A operação apura a suspeita de que empregados da Casa da Moeda
tentaram direcionar processo licitatório para a recontratação da empresa
Sicpa para gerir o Sistema de Controle da Produção de Bebidas (Sicobe).
Em nota enviada à imprensa mais cedo, o Ministério da Fazenda, ao
qual tanto a Casa da Moeda quanto a Receita Federal estão subordinadas,
informou que o Sicobe "prevê a instalação, nas linhas de produção de
bebidas frias (cervejas, refrigerantes, sucos, águas minerais e outras),
de equipamentos contadores de produção, bem como de sistema para o
controle, registro, gravação e transmissão dos quantitativos medidos à
Receita Federal, para fins de tributação".
O contrato investigado gerou faturamento de cerca de R$ 6 bilhões em
seis anos, ainda segundo a nota do Ministério da Fazenda. De acordo com
Muzzi, as investigações apontam para o pagamento de propina a servidores
públicos para garantir a contratação da Sicpa.
"Há fortes indícios de que servidores públicos provavelmente
receberam propinas em valores superiores a R$ 100 milhões", afirmou o
delegado João Luiz Araújo, titular da Delegacia de Repressão a Crimes
Financeiros e Desvio de Recursos Públicos da Polícia Federal no Rio.
Em outra nota, a direção da Casa da Moeda informou que os empregados
envolvidos na fraude serão exonerados e demitidos, se comprovada na
Justiça a participação no esquema. O presidente Francisco Franco
identificou a suspeita de irregularidade em 2013 e acionou a Polícia
Federal. "Desde que a Polícia Federal foi acionada, há dois anos, a
direção da Casa da Moeda tem colaborado com as investigações", informa a
instituição, em nota. Com informações do Estadão Conteúdo.
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