Em retaliação ao governo, Cunha monta ‘pauta-bomba’ no Congresso. Presidente da Câmara, investigado na Lava Jato por recebimento de propina milionária, admite que será árida a jornada do governo no segundo semestre
Após
ser acusado pelo o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo de cobrar
U$S 5 milhões de propina para viabilizar contratos com a Petrobras, o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), prepara uma “pauta-bomba”
para incomodar o Palácio do Planalto. As informações são do jornal O Globo.
Entre os temas incômodos ao governo que devem entrar na pauta da
Câmara estão: a criação das CPIs do BNDES e dos Fundos de Pensão; a
votação das prestações de contas pendentes dos governos anteriores para
deixar o caminho livre para a análise das contas de Dilma do ano passado
e a análise de vetos presidenciais a projetos aprovados pelo Congresso,
como o que muda as regras para a aposentadoria.
Além disso, Cunha também deu celeridade a 12 pedidos de impeachment
da presidente Dilma que estavam engavetados desde o início do ano. A
intenção do presidente da Câmara é tê-los prontos par análise em meados
de agosto.
“Cunha admite que será árida a jornada do governo no segundo
semestre, mas nega que tenha contribuído para isso. Para ele, as
dificuldades se devem mais à baixa popularidade de Dilma e à consequente
falta de apoio da base aliada do que propriamente aos temas que a
Câmara irá analisar”, informa O Globo.
Ministro rebate Cunha
O ministro da Secretaria de Aviação Civil e um dos principais
articuladores políticos do governo, Eliseu Padilha, disse que o governo
promoverá um “diálogo mais profundo e mais próximo” com o Congresso
Nacional no segundo semestre, mas fará o “embate político” nas votações
para defender seus interesses, inclusive em temas da chamada
“pauta-bomba”.
“Vamos para o embate político do voto dentro do Congresso Nacional,
por isso, temos o trabalho de articulação política; por isso, estamos
com o processo de convencimento”, disse o ministro, após a reunião de
coordenação política desta segunda-feira (27), comandada pela presidenta
Dilma Rousseff.
Padilha argumentou que a eventual aprovação de medidas da chamada
pauta-bomba poderá desencadear consequências negativas não só para o
atual governo, mas para a sustentabilidade das contas do país.
“Não conseguimos separar o efeito apenas sobre o governo, porque o
governo de hoje pode ser a oposição de amanhã, e os efeitos dessas
bombas podem ser consumados por muito tempo. Temos que ter essa
responsabilidade”, ponderou.
O ministro minimizou as divergências entre o Palácio do Planalto e o
presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que anunciou o rompimento
formal com o governo. Ele disse que a posição do parlamentar é pessoal e
não institucional. “Não vi nenhuma declaração dele que pusesse sair
desse alinhamento de manter relacionamento institucional. Eu confio no
Cunha, sei que ele vai agir corretamente”, avaliou.
informações de Congresso em Foco e O Globo
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