27/02/2015 às 13h44
No começo dos anos 2000 havia uma torcida numerosa para que a Record conseguisse alcançar a Globo no ibope.
Parecia uma briga entre Davi e Golias pelo fim da hegemonia da emissora carioca na liderança de audiência.
Por uma série de fatores, a começar pela falta de diretores que
realmente entendessem de televisão, o canal dos bispos perdeu o empuxo.
Hoje, a Record digladia com o SBT pelo segundo lugar. Em alguns dias,
chega a ficar em terceiro no ranking. Aquela vibração popular para
derrotar o império da Globo não existe mais.
Com a ótima estreia de Gugu, que venceu a Globo por quase 90 minutos
na quarta-feira (25), e a contratação de Xuxa, que será apresentada à
imprensa na quinta, dia 5, a Record ensaia uma reação.
Ninguém é ingênuo em acreditar que o apresentador do ‘Pintinho
Amarelinho’ conseguirá resultados tão positivos em todos os dias de
exibição de seu programa noturno. Mas essa vitória pontual traz novo
ânimo à Record para sair da estagnação.
O fato de a Globo ter mexido no horário de sua programação na
quinta-feira para evitar novo vexame no embate com Gugu, sinaliza que a
concorrência entre os canais voltou a ser relevante.
A guerra entre as emissoras é excelente para o telespectador. De olho
no ibope, investe-se mais na qualidade e diversidade dos programas. O
principal beneficiado é o cidadão que, apesar de tantas alternativas
(canais pagos, internet etc), ainda prefere assistir à TV aberta.
A chegada de Xuxa é outra boa notícia para quem torce pela
recuperação da Record. Não há expectativa de que a apresentadora gere
uma audiência espetacular.
Porém, só a repercussão na imprensa provocada pela contratação, e a
publicidade espontânea de sua estreia, já renderão resultados
interessantes à emissora.
Tirar uma das principais estrelas da Globo, às vésperas da
comemoração dos 50 anos da emissora, é, antes de tudo, uma astuciosa
ação de marketing.
Todos sabem que o conflito entre Globo e Record vai além da
audiência. Trata-se também de uma questão ideológica, que envolve poder
político.
Para o telespectador, o acirramento dessa concorrência após tantos anos de marasmo é uma boa notícia.
Terra
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