James Cimino
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
O TCU (Tribunal de Contas da União) negou recurso ao ator Guilherme
Fontes no julgamento de prestação de contas referente à produção do filme "Chatô", que ele começou a produzir há 19 anos e que até hoje não foi lançado.
De acordo com a decisão do tribunal, Fontes deverá devolver à Ancine (Agência Nacional do Cinema) R$ 66.267.732,48. O valor é corrigido por juros. Originalmente, o ator e diretor captou cerca de R$ 8,6 milhões.
Além disso, ele terá de pagar duas multas no valor de R$ 2,5 milhões cada. Uma como pessoa física, e outra destinada a sua produtora, a Guilherme Fontes Filmes Ltda., o que totaliza um débito de mais de R$ 71 milhões. As informações são da assessoria de imprensa do tribunal. O TCU informa ainda, que não cabe recurso à decisão do relator do processo, o ministro Aroldo Cedraz.
De acordo com a decisão do tribunal, Fontes deverá devolver à Ancine (Agência Nacional do Cinema) R$ 66.267.732,48. O valor é corrigido por juros. Originalmente, o ator e diretor captou cerca de R$ 8,6 milhões.
Além disso, ele terá de pagar duas multas no valor de R$ 2,5 milhões cada. Uma como pessoa física, e outra destinada a sua produtora, a Guilherme Fontes Filmes Ltda., o que totaliza um débito de mais de R$ 71 milhões. As informações são da assessoria de imprensa do tribunal. O TCU informa ainda, que não cabe recurso à decisão do relator do processo, o ministro Aroldo Cedraz.
Caso o ator não pague o que deve, parte
do processo será enviada à AGU (Advocacia Geral da União) e a outra
parte à Ancine. Os dois órgãos, então, ficarão responsáveis de
encaminhar o material à Justiça para efetuar a cobrança judicial.
Para pagar esse montante, o filme "Chatô" teria de arrecadar pelo menos
70% do que o filme "Tropa de Elite 2", que mantém o recorde de
arrecadação do cinema nacional: R$ 104 milhões; ou 29% a mais que o
segundo colocado neste ranking, a comédia "Se Eu Fosse Você 2", que
arrecadou R$ 50,5 milhões.
O UOL tentou contato
por e-mail com o ator na tarde desta quinta-feira (27), mas até a
publicação desta reportagem não havia recebido qualquer resposta.
Histórico
Guilherme Fontes começou a captar recursos para o filme "Chatô", que
conta a história de Assis Chateaubriand, magnata das comunicações no
Brasil, em 1995. Durante este período, Guilherme Fontes sofreu acusações
de desvio de dinheiro e o filme nunca saiu.
No começo deste ano, o ator deu uma entrevista à revista "Status" dizendo que pretendia lançar o filme ainda em 2014.
"Filmei em 1999, 2002 e 2004. Nunca houve uma filmagem cancelada, nada
que denotasse falta de profissionalismo. Ele está com 1 hora e 53
minutos. Acabou", disse à revista.
Ainda segundo seu relato, o
longa, baseado no livro de Fernando Morais, teve 80% de seu conteúdo
filmado em três anos. Os outros 20% levaram mais 14 anos. "Está
faltando um dinheirinho para fazer a trilha sonora e a computação
gráfica".
Na mesma entrevista, o ator negou o desvio de
dinheiro: "Eu durmo tranquilo porque nunca desviei um real. Essas duas
condenações são uma piada. O que captei de fato foram R$ 12 milhões.
Recebi R$ 8,6 milhões, que investi integralmente no projeto. O Brasil é
fake! É uma história complicada."
"Vou estrear este ano. E vai
ser uma coisa muito louca. As pessoas vão se surpreender. Está quase,
está quase", continuou, completando também que negocia direitos de
transmissão na televisão com a Rede Globo.
O elenco de "Chatô"
tem o ator Marco Ricco, no papel título, além de Andrea Beltrão, Paulo
Betti, Leandra Leal, Eliane Giradini e Gabriel Braga Nunes.
Atualmente, Fontes está no ar como o personagem Mário, na novela das 18h da Globo "Boogie Oogie".
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