Brasileirão 2014 perde efeito vitrine e valor dos elencos diminui, mas São Paulo fica em 1º em valor de Mercado





Nesse outro estudo da Pluri Consultoria e sua metodologia de estimativa de trabalho, que mostra o valor de mercado dos elencos dos vinte clubes que disputam a Série A 2014, a redução no fator “efeito vitrine” foi um dos pontos que provocaram a forte redução de 28% em relação a idêntico valor levantado em 2013. Na presente temporada, os vinte clubes tiveram seus elencos avaliados em € 672 milhões, o que equivale a R$ 1,96 bilhão. Em 2013, esse total foi de € 936 milhões, o que equivaleria, na mesma base cambial, a R$ 2,73 bilhões. Uma queda tão grande que recoloca o valor de mercado dos vinte elencos na mesma base da temporada 2008, há seis anos, portanto.
 
O gráfico acima mostra de forma didática a evolução do valor de mercado de nossos times, mesmo com o mundo passando pela crise econômica gerada pelo Crash de 2008. Por sinal, essa crise muito possivelmente, na minha opinião, contribuiu para essa melhoria, na medida em que houve uma mudança nas políticas de contratações dos grandes europeus. Jogadores jovens e mais caros de países fora da Europa, passaram a ser contratados numa velocidade e valores menores, efeito apontado por esse OCE em diversas oportunidades. Com isso, jovens valores ficaram mais tempo no Brasil, sofrendo menos assédio por parte dos europeus.
Para a consultoria, além da saída de jogadores para o exterior, um dos motivos dessa desvalorização é a perda de valor do que seus analistas chamam de “efeito vitrine”. Para a empresa, este é um dos itens mais importantes de avaliação e se refere à qualidade do clube ou seleção em que atua cada jogador, bem como dos campeonatos que disputa. Esse “efeito vitrine” havia se valorizado bastante nos últimos anos, o que impactou de forma positiva o valor dos jogadores em ação no Brasil e no Brasileirão. Entretanto, com o esvaziamento recente dos nossos principais campeonatos, a baixa qualidade dos jogos e o crescente desinteresse do público, a consultoria rebaixou a “nota” do Brasil, como vem ocorrendo na economia, ou rebaixou o valor do “efeito vitrine Brasil” nas avaliações.
Tudo isso Isso está refletido no atual relatório e explica parte dessa queda de valor.  Vamos à lista dos vinte clubes e, na sequência, a alguns destaques.

(Recordando que esses valores foram estimados tomando por base os elencos em 18 de abril de 2014.)
- Os elencos dos 20 times que disputarão a Série A 2014 valem € 672 milhões (R$ 1,96 bilhão), o que coloca o campeonato na posição de 10º mais valioso do Mundo, considerando as competições Nacionais; e como mostrado no post anterior, em 11º lugar se considerarmos o valor médio de cada time;
- Em relação a 2013, o Brasileirão teve queda de 28%, devido à saída de vários dos jogadores mais valiosos (Neymar, Paulinho, Bernard, etc) e também pela redução do “valor da vitrine” do Campeonato Brasileiro em âmbito internacional (conforme acima); em relação ao topo atingido em 2012, a queda é de 34%;
- O São Paulo tem o Elenco mais valioso do campeonato, com valor de mercado de € 62,3 milhões (R$ 193,1 milhões), seguido pelo Cruzeiro com € 54,1 milhões (R$ 167,7 milhões), e Santos com € 50,6 milhões (R$ 156,9 milhões); os 3 somados equivalem a 25% do total;
- Uma explicação sempre repetida: o estudo considera o valor do elenco e não a posse dos direitos econômicos dos atletas; então, mesmo jogadores emprestados, como é o caso de Pato, no São Paulo, têm seus valores somados aos dos companheiros;
- O time mais valioso (São Paulo) tem valor de mercado 4,1 vezes maior do que o menos valioso (Chapecoense); em 2013 esse diferença era de 9 vezes, o que evidencia um maior equilíbrio em 2014;
- tal como apontado no post anterior, ao menos quando consideramos o valor de mercado dos times, temos na Série A uma situação mais parelha que em anos anteriores, o que nos permite prever maior competitividade, a exemplo da Série B;
- A Série A 2014 tem representantes de 9 diferentes Estados; a liderança é de São Paulo, cujos 4 times participantes valem, somados, € 196,9 milhões, equivalente a 29% do valor total e a menor participação já registrada pelos times do Estado na competição; em seguida vem o Rio de Janeiro com 3 times valendo € 114,7 milhões, e Minas Gerais com 2 times e € 102,2 milhões;
- Considerando o valor médio por time participante, o destaque é Minas Gerais (€ 51,1 milhões), seguido pelos Paulistas (€ 49,2 milhões) e pelos Gaúchos (€ 42,7 milhões);
- Em relação a 2013, os times que mais elevaram os valores de seus elencos foram: Chapecoense (+84%), Bahia (+33%) e Sport (+25%); entre os 14 times mais valiosos, apenas o Cruzeiro teve elevação de valor de mercado em relação a 2013 (+1%);
- Por outro lado, entre os que mais reduziram foram: Santos (-56%), Corinthians (-53%) e Fluminense (-41%).

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