Um ano de Francisco

13/03/2014

 
O primeiro Papa latino-americano completa um ano à frente da Igreja Católica. Francisco deu sua opinião sobre diversos assuntos e tomou medidas para mudar a Santa Sé. Confira abaixo um resumo dos temas tratados pelo pontífice.

Reforma da Cúria Romana

Logo no início de seu pontificado, Francisco criou um grupo com oito cardeais para assessorá-lo e estudar um projeto de reforma da Igreja. Os escolhidos disseram querer mudanças profundas. Em sua primeira Exortação Apostólica, que equivale a um "programa oficial" do papado, Francisco disse estar "aberto a sugestões" para modificar as estruturas da Santa Sé.

Combate aos escândalos de pedofilia

Francisco criou uma comissão para combater os casos de pedofilia na Igreja e proteger as vítimas. Ele também modificou o código penal do Vaticano, endurecendo as definições e sanções para os crimes contra menores. O Papa ainda enfrentou denúncias da ONU, que pediu que a Igreja entregasse os envolvidos em abusos. Recentemente, disse que "ninguém tem feito mais" que a Igreja Católica na luta contra a pedofilia.

Igreja dos pobres

Francisco buscou se aproximar dos mais necessitados, dando o exemplo e incentivando as pastorais – para o Papa, elas devem fugir do funcionalismo e focar nas periferias. O Papa também passou a denunciar e criticar aqueles que vivem da ambição e do carreirismo, principalmente dentro do Vaticano.

Gays

Francisco sinalizou uma abertura da Igreja em relação aos homossexuais, afirmando que eles não devem ser julgados ou marginalizados e pedindo que haja uma nova atitude em relação aos filhos de casais do mesmo sexo. As declarações do Papa fizeram com que ele fosse eleito a personalidade do ano por uma revista gay.

Família e divórcio

O Papa deu diversas declarações defendendo as instituições familiares – pedindo que a anulação de casamentos seja evitada, convocando uma assembleia extraordinária sobre os desafios da família católica e pedindo que os cardeais façam com que os fiéis redescubram os valores da família. Apesar disso, ele também defendeu que a Igreja integre melhor os divorciados.
 

Reversão da perda de fiéis

Francisco foi um fenômeno entre os fiéis em seu primeiro ano: passou de 10 milhões de seguidores no Twitter e atraiu três vezes mais pessoas ao Vaticano do que Bento XVI. A missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro, reuniu 3 milhões de pessoas. Ele prega uma Igreja de portas abertas, que não controla a fé.
 

Nomeação de novos cardeais

Francisco nomeou 19 novos cardeais, entre eles o brasileiro Dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro. A escolha de nomes das Américas, África e Ásia reforça a tendência apresentada desde o início por ele de ter uma Igreja mais democrática, que represente melhor o mundo e seja mais voltada aos pobres.

Reforma do Banco do Vaticano

Em junho, Francisco criou uma comissão especial para fiscalizar as atividades do Banco do Vaticano e garantir sua operação em harmonia com a missão da Igreja – a comissão foi substituída meses depois. Uma lei de transparência e vigilância contra atividades ilegais também foi aprovada. Já em 2014, o Papa criou uma Secretaria da Economia, para coordenar a gestão econômica e financeira da Santa Sé.

Aborto

O Papa condenou em diversas ocasiões o aborto, afirmando que a vida deve ser defendida desde a concepção. Ideologias que não respeitam a vida foram rejeitadas pelo pontífice. Ele também condenou a cultura do descarte, que atinge até mesmo os seres humanos. Os diversos discursos sinalizaram que não deve haver uma mudança de direcionamento da Igreja em relação ao assunto.

Papel da Mulher

Apesar de não divulgar medidas para maior participação das mulheres na Igreja – descartando o sacerdócio feminino – Francisco pediu ao longo do ano que elas sejam mais ativas na transmissão da fé. O Papa valoriza o papel das mulheres principalmente dentro das famílias e pastorais, e pediu que as freiras evitem pensar como solteironas.

Diálogo inter-religioso

Francisco demonstrou abertura e boa vontade em relação a outras religiões, mantendo contato com líderes judeus, muçulmanos e anglicanos. O Papa também se esforçou em pregar a tolerância e o respeito à diversidade religiosa, pedindo que as escolas católicas cultivem o diálogo entre as diferentes culturas.

Assuntos internacionais

Francisco não deixou de opinar em diversos assuntos internacionais, criticando fortemente a guerra na Síria e fazendo campanhas pelo fim da violência e pelo processo de paz. A situação dos imigrantes que chegam à Itália também foi lembrada pelo Papa. Mais recentemente, ele apelou pelo fim da escalada de tensão entre Ucrânia e Rússia na Criméia e pelo diálogo na Venezuela.


FONTE: http://g1.globo.com

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