20/05/2013
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01h45
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CATIA SEABRA
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
Indicado por Eduardo Campos para a Esplanada dos Ministérios, o ministro
Fernando Bezerra (Integração Nacional) lidera um motim no PSB contra a
candidatura do governador de Pernambuco --e padrinho político-- à
Presidência da República.
Bezerra é, no partido presidido por Campos, um dos mais fervorosos
defensores da reeleição de Dilma Rousseff e tem reunido integrantes do
PSB em seu gabinete para articular a derrota da tese da candidatura
própria na Executiva do partido.
Sérgio Lima - 11.jan.12/Folhapress |
O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho |
O ministro já conversou com os governadores da legenda, entre eles
Ricardo Coutinho (PB) e Renato Casagrande (ES), além de parlamentares da
legenda.
Um dos últimos encontros ocorreu há alguns dias com o senador João
Capiberibe, que tem o controle da legenda no Amapá. Segundo relatos de
quem ouviu o ministro, ele tem argumentado que o PSB será prejudicado em
suas alianças estaduais caso tenha candidatura própria.
Bezerra até fez chegar ao Palácio do Planalto sua disposição de deixar o
PSB caso Campos insista na candidatura. Além de negociar com o próprio
PT, Bezerra conversa com o PSD, de Gilberto Kassab, e com o PMDB.
Sua rebeldia tem origem no Estado de Pernambuco. Bezerra cobiça a cadeira de Campos, que manifesta preferência por outros nomes.
Ontem Campos convocou a imprensa para anunciar o fim do racionamento de
água em Recife e Jaboatão e não quis falar sobre eleições. "Hoje só falo
de água."
OFENSIVA
A aproximação com Bezerra é uma ponta da estratégia petista de desmonte
do palanque de Campos país afora. Numa operação orquestrada pelo PT, o
PMDB trabalha para tirar o controle do partido em Pernambuco das mãos do
ex-senador Jarbas Vasconcelos, apoiador de Campos, e entregá-lo ao
prefeito de Petrolina, também candidato ao governo.
No Espírito Santo, o presidente do PT, Rui Falcão, já esteve com o
governador para negociar sua neutralidade no Estado em troca do apoio
petista à sua reeleição.
Quatro dias depois, Casagrande defendeu, publicamente, a manutenção da aliança do PSB com Dilma.
Na quarta passada, Falcão e o secretário-geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, prestigiaram a solenidade que marcou a migração de 20 filiados
do PSB para o PT. Todos ocupantes de cargos comissionados no governo
Agnelo Queiroz (PT-DF).
Em Goiás, a saída do empresário José Batista Júnior, um dos donos do
grupo JBS-Friboi, do PSB para o PMDB é apontado como mais um lance do
cerco do PT e seus aliados a Campos.
Até então filiado ao PSB, o empresário era uma das apostas de Campos para sustentação de seu palanque nacional.
O assédio ao PSB tem provocado até um mal-estar entre Campos e o
presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Tendo recebido o apoio do
governador de Pernambuco para a construção de seu partido, Kassab tenta
atrair integrantes do PSB para os quadros do PSD: além de Bezerra,
conversa com os irmãos Cid e Ciro Gomes.
Colaborou FÁBIO GUIBU, de Recife
Editoria de Arte/Folhapress | ||
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