15.05.2013 - 08:53
Na Paraíba, o movimento é composto pelo Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed), Associação Médica da Paraíba (AMPB), Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) e representantes de universidades e faculdades de Medicina do Estado.
A Assembléia Legislativa da Paraíba (ALPB)
realizou, na manhã desta terça-feira (14), uma sessão especial para
debater o movimento “Revalida, Sim!”, que é contra a contratação de
médicos estrangeiros, sem revalidação de diplomas, como determina
decreto da Presidência da República que prevê a vinda de seis mil
profissionais cubanos para atuarem no Brasil.
Na Paraíba, o movimento é composto pelo Sindicato dos Médicos da Paraíba
(Simed), Associação Médica da Paraíba (AMPB), Conselho Regional de
Medicina (CRM-PB) e representantes de universidades e faculdades de
Medicina do Estado. Os líderes do movimento destacam que não são contra a
contratação dos profissionais, mas não aceitam que eles não passem pela
prova de revalidação do diploma.
Um dos representantes dos estudantes Diogo Alves explicou que já existe
uma portaria interministerial (Saúde, Educação e Relação Exteriores)
regulamentando a realização de um exame para revalidar o diploma dos
estrangeiros, mas, segundo ele, “infelizmente a presidenta Dilma
Rousseff está passando por cima da regra”. “Como Dilma não respeita esta
portaria interministerial queremos apoio dos parlamentares para que
seja aprovado um projeto de Lei para regulamenta esta situação”, disse.
Já o presidente do Simed, Tarcisio Campos, disse que o decreto da
presidenta Dilma é um equívoco político, uma afronta a Justiça
brasileira e põe em risco a saúde da população. “Não somos contra, pelo
contrário, isso mostra que nossa medicina é boa. Somos contra a
aquisição de médicos sem qualidade para atender nossa população. Quando o
médico brasileiro vai trabalhar no Canadá, por exemplo, faz três
provas, e por que aqui ele será agraciado?”, indagou.
Tarcisio também agradeceu a Casa de Epitácio Pessoa por ter aberto suas
portas para “registrar a indignação da categoria médica e dos futuros
médicos com esta atitude equivocada do governo federal”.
O deputado federal Hugo Mota (PMDB), que integra o movimento “Revalida,
SIM!” e é estudante de Medicina, também enfatizou que é contra a
contração dos médicos cubanos porque eles não estão preparados para
atender a população. Ele também se comprometeu em defender o movimento
na Câmara Federal. “Não é preconceito contra o estrangeiro, apenas
defendemos uma saúde pública de qualidade para todos os brasileiros”,
afirmou.
Vários deputados estaduais, entre eles: Aníbal Marcolino (PEN),
Vituriano de Abreu (PSC), Olenka Maranhão (PMDB), Janduhy Carneiro
(PEN), Trocolli Júnior (PMDB), Lindolfo Pires (Democratas), João
Gonçalves (PEN), Hervázio Bezerra (PSDB), Antonio Mineral (PSDB),
Daniella Ribeiro (PP), Gervásio Maia Filho (PMDB) e Anísio Maia (PT)
participaram da sessão.
Manifestações
O deputado Aníbal Marcolino, que é médico, disse que o decreto do
Governo Federal é um desrespeito aos médicos e estudantes de medicina e
que a classe política não pode aceitar esta imposição.
Aníbal também destacou a falta de qualificação dos estrangeiros e
justificou que em 2011, dos 677 profissionais de fora do país que
fizeram o exame de revalidação do diploma 612 foram reprovados, o que
representa mais de 90%. Já Vituriano de Abreu, também médico, disse que o
Brasil não pode aceitar de forma alguma “médicos incompetentes de
outros países”.
Já o deputado Trocolli Júnior disse que com esta decisão, a presidente
Dilma quer piorar a situação da saúde pública no Brasil. “O PT e a
presidenta Dilma estão querendo promover um verdadeiro estupro à
medicina Brasileira. Espero que os deputados federais e senadores,
honrem as calças que vestem, e protestem contra um absurdo como este”,
disse.
Já o deputado Hervázio Bezerra afirmou que o decreto do Governo Federal
representa um “movimento vil, covarde, contra classe médica do Brasil”.
Discussão
O deputado Lindolfo Pires, por sua vez, declarou que já havia
apresentado requerimento solicitando uma sessão especial na Casa de
Epitácio Pessoa para discutir a contratação de médicos estrangeiros “sem
nenhum critério de suas respectivas qualificações”. Segundo Lindolfo,
estudo recente dos CFM demonstra que não há escassez médicos no Brasil.
“Pelo contrário, a pesquisa aponta que aumentou o número de
profissionais, por isso não se faz necessária a contratação destes
profissionais”, completou.
Lindolfo disse que a expectativa é que seu requerimento, subscrito pelo
deputado Janduhy Carneiro, seja aprovado na sessão ordinária da ALPB
desta quarta-feira (15) e a sessão especial seja realizada na
quinta-feira (23), as 15h00. “A partir desta sessão iremos formar um
documento, que será endereçado aos deputados federais, senadores, ao
ministro da Saúde e a presidenta Dilma dizendo que a posição da Paraíba é
contra a contratação de médicos estrangeiros para atuarem no Brasil e
no nosso estado”, acrescentou.
Comissão
No final da reunião foi deliberada a formação de uma comissão
representativa, que será composta por membros do Simed, AMPB, CRM,
representantes dos estudantes, deputados estaduais e federais para levar
as propostas da Paraíba para Brasília. Segundo Janduhy Carneiro, que
encerrou a sessão, os deputados estaduais que são médicos irão compor a
Comissão, que será definida na próxima sessão especial proposta pelo
deputado Lindolfo Pires.
0 comentar:
Postar um comentário
obrigado e comente sempre