12/02/2013 11h50
- Atualizado em
12/02/2013 12h30
Futebol do país, hegemônico na história recente da competição, pode conquistar quatro títulos consecutivos pela primeira vez no continente
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Corinthians busca o bi, e Brasil tenta o quarto título
seguido do torneio continental (Foto: Agência EFE)
seguido do torneio continental (Foto: Agência EFE)
Começa nesta terça-feira a fase de grupos da Libertadores da América. E
o início da competição traz a reboque a possibilidade de o futebol
brasileiro alcançar um feito inédito nela: emendar quatro títulos.
Campeão com o Inter em 2010, com o Santos em 2011 e com o Corinthians em
2012, o Brasil busca seu primeiro tetra no principal campeonato da
América do Sul. É um reflexo da soberania que o país passou a ter nos
últimos anos no torneio.
O Brasil colocou pelo menos um clube em todas as oito últimas decisões
da Libertadores. São dez finais em 11 anos - a exceção foi 2004, quando o
Once Caldas, da Colômbia, bateu o Boca Juniors, da Argentina.
Aumentando um pouco o leque, a presença verde-amarela em decisões se
torna ainda mais forte: 18 vezes em 21 anos, desde 1992.
A trinca atual não é inédita. Em 1997-98-99, com Cruzeiro, Vasco e
Palmeiras, o país já deu sinais de comando. Só não foi tetra porque o
Verdão perdeu a final de 2000 nos pênaltis para o Boca Juniors. A chance
reaparece agora.
saiba mais
É um feito que a Argentina já alcançou. E duas vezes. Primeiro de 1967 a
1970, com um título do Racing e três do Estudiantes. E depois com a
impressionante sequência de quatro conquistas do Independiente, de 1972 a
1975. O clube de Avellaneda é o maior vencedor da Libertadores. Tem
sete títulos. Com isso, alavanca a superioridade de troféus do país
vizinho. São 22 conquistas, contra 16 do Brasil, oito do Uruguai, três
do Paraguai, duas da Colômbia e uma para Chile e Equador. Peruanos,
mexicanos, venezuelanos e bolivianos jamais venceram o torneio.
Clique nos grupos abaixo e saiba informações detalhadas sobre os clubes.
O Brasil vem crescendo. De suas 16 conquistas, 11 ocorreram nas duas
últimas décadas. Nesse período, o país começou a colocar alguns de seus
clubes como protagonistas da disputa. É o caso do São Paulo, tricampeão
em 1992, 1993 e 2005. E também do Inter, ganhador em 2006 e 2010, mas
ausente neste ano. Na primeira conquista dos gaúchos, o técnico era Abel
Braga, que agora tenta repetir a façanha pelo Fluminense. Diante do
crescimento brasileiro na competição, o treinador aposta em mais uma
conquista do país.
- Isso (superioridade recente do Brasil na Libertadores) reflete
algumas mudanças das duas últimas décadas. Os jogadores brasileiros iam
muito mais para a Europa do que os argentinos. E assim eles tinham
equipes mais fortes do que as nossas. Agora isso inverteu. Há uma
supremacia maior do futebol brasileiro. A Libertadores é sempre difícil e
complicada. Mas tenho o sentimento de que neste ano ela ficará
novamente no Brasil - disse o treinador.
O Brasil é o país com mais representantes na edição de 2013. São seis: o
Corinthians, atual campeão, o Palmeiras, vencedor da Copa do Brasil,
mais os quatro que se classificaram via Campeonato Brasileiro -
Fluminense, Atlético-MG, Grêmio e São Paulo (também vencedor da
Sul-Americana). Os dois últimos passaram antes pela pré-Libertadores. O
Tricolor gaúcho sofreu para eliminar a LDU, do Equador. Teve que
recorrer aos pênaltis (recorde no vídeo ao lado). Já os paulistas passaram sem sobressaltos pelo Bolívar, da Bolívia (veja no vídeo abaixo).
A presença frequente de brasileiros em finais e os repetidos títulos
nos últimos anos indicam que as equipes do país passaram a valorizar a
competição e começaram a saber como encará-la. Elano, meia do Grêmio,
campeão com o Santos em 2011, diz que os jogadores brasileiros entraram
no clima da disputa. Assim, competem em pé de igualdade com argentinos e
uruguaios em espírito de disputa. A exemplo de Abel Braga, ele aposta
em mais um título para o Brasil.
- Acho que a conquista será de brasileiro mais uma vez. Os times do
país conseguiram igualar o espírito dos concorrentes. Aprendemos a jogar
fora de casa, especialmente. A Libertadores se ganha ficando vivo fora e
confirmando em casa. A conquista com o Santos foi assim, a última do
Corinthians da mesma forma. O Grêmio fez isso muito bem em 1995, com o
time do Felipão. Começamos bem com a LDU...
Sorteio junta brasileiros e forma grupos de peso
O sorteio dos enfrentamentos da pré-Libertadores acabou amontoando
quatro brasileiros em duas chaves. Atlético-MG e São Paulo estão no
Grupo 3, ao lado do Arsenal, da Argentina, e do The Strongest, da
Bolívia. Mineiros e paulistas já se enfrentam nesta quarta-feira, às
22h, no Independência, em Belo Horizonte. Fluminense e Grêmio também
compartilham um grupo, o 8, ao lado de Caracas, da Venezuela, e
Huachipato, do Chile. O clube carioca vai à terra de Hugo Chávez nesta
quarta-feira. Já os gaúchos recebem os chilenos na quinta.
Palmeiras e Corinthians estão em chaves sem brasileiros. O Verdão
estreia nesta quinta-feira no Grupo B. Recebe o Sporting Cristal, do
Peru, em quadrangular que também tem o Libertad, do Paraguai, e o Tigre,
da Argentina. Já o Timão, no Grupo 5, terá que viajar continente afora
para encarar o Millonarios, da Colômbia, o San José, da Bolívia, e o
Tijuana, do México. A estreia é na semana que vem, diante dos
bolivianos.
Mas o perigo está espalhado também pelas outras chaves. Nos grupos sem
brasileiros, estão equipes acostumadas a disputar a Libertadores. E a
vencê-la. Ali estão 18 títulos da Libertadores.
Detalhe: nove deles residem no Grupo A, com as presenças do Boca
Juniors, hexacampeão, e dos uruguaios do Nacional, tricampeões. A chave
ainda tem o Barcelona, do Equador, duas vezes vice, e o Toluca, do
México. Outro grupo de respeito é o 4, com o Peñarol, cinco vezes
vencedor do torneio, o Vélez Sarsfield, ganhador em 1994, e o Emelec,
presença quase obrigatória na competição - mas raramente com sucesso. O
novato Deportes Iquique, do Chile, fecha a chave.
No Grupo 7, está o Olimpia, do Paraguai, que tenta se recuperar do
trauma da eliminação precoce no ano passado. Uma derrota em casa para o
Emelec, por 3 a 2, com gol no último minuto, eliminou a equipe de
Assunção ainda na primeira fase - e também derrubou o Flamengo.
Tricampeões, os paraguaios agora disputam classificação com adversários
complicados: o Newell's Old Boys, da Argentina, e o Universidad de
Chile, além do Deportivo Lara, da Venezuela.
Apenas o Grupo 6 não tem qualquer equipe ganhadora da Libertadores.
Parece ser a chave mais frágil. A experiência fica a cargo do Cerro
Porteño, do Paraguai, acompanhado por Deportes Tolima e e Santa Fé, da
Colômbia, e Real Garcilaso, do Peru.
Vigilância aumenta, e torneio tem primeiros julgamentos
Os tempos de Libertadores como terra de ninguém vêm ficando um pouco
mais distantes. E a Conmebol promete fechar o cerco para os episódios de
violência na competição, marcada por repetidos casos de pancadaria em
campo, chuva de objetos arremessados por torcedores contra jogadores
adversários, policiamento quase nulo para a torcida visitante e falta de
estrutura nos estádios.
A entidade criou uma espécie de comitê, com um representante de cada
país participante da competição, para analisar questões disciplinares,
inclusive extracampo. Mas uma das mudanças, que já representa uma
pequena revolução, é focada nas quatro linhas. A partir deste ano, os
atletas serão suspensos ao receber o terceiro cartão amarelo. Antes, os
clubes pagavam uma multa.
Foi criado um código disciplinar. Nele, são prometidas penas pesadas,
incluindo interdição do estádio, perda de pontos e até eliminação da
competição para episódios como invasão de campo ou arremesso de objetos
no gramado. A suspensão a atletas também entra em novo patamar. Pode
chegar a dez partidas, no caso de agressão a alguma autoridade do jogo.
E os primeiros episódios já aconteceram. Erick Torres, assistente técnico do César Vallejo, do Peru, pegou quatro jogos de suspensão e levou uma multa de quase R$ 4 mil por insultar o árbitro na partida contra o Tolima, da Colômbia, na pré-Libertadores. E o Grêmio foi obrigado a fechar a área da Geral na Arena depois de torcedores se ferirem durante realização da avalanche contra a LDU - a grade de proteção cedeu. O clube também terá que pagar uma multa de quase R$ 70 mil.
E os primeiros episódios já aconteceram. Erick Torres, assistente técnico do César Vallejo, do Peru, pegou quatro jogos de suspensão e levou uma multa de quase R$ 4 mil por insultar o árbitro na partida contra o Tolima, da Colômbia, na pré-Libertadores. E o Grêmio foi obrigado a fechar a área da Geral na Arena depois de torcedores se ferirem durante realização da avalanche contra a LDU - a grade de proteção cedeu. O clube também terá que pagar uma multa de quase R$ 70 mil.
*Colaboraram Edgard Maciel de Sá e Hector Werlang.
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